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Dia Internacional da Mulher: relembre 10 artistas que revolucionaram a história da música



Grande parte da música que conhecemos e amamos foi escrita, cantada e produzida por mulheres. Apesar das inúmeras tentativas de minimizar ou apagar as suas contribuições na música, as mulheres continuaram a avançar e a inovar em todos os gêneros. 


Embora hoje as mulheres estejam mais no comando de suas carreiras na indústria musical, nem sempre foi assim. Muitas mulheres abriram o caminho à frente delas e fizeram grandes mudanças para as gerações futuras. E é sobre algumas delas que irei falar aqui.


Abaixo está uma lista de 10 cantoras extremamente influentes na história da música. E lembre-se: há muitas outras mulheres que deveriam se enquadrar nesta categoria mas, por uma questão de tempo e para manter a minha sanidade mental, estarei falando apenas sobre algumas mais relevantes.


Se as suas favoritas não estão entre as listadas, digamos que estamos apenas começando essa conversa. Um dos motivos pelos quais criei este blog foi, justamente, para falar de artistas (principalmente cantoras negras) que fizeram e fazem história.


Sister Rosetta Tharpe


Apesar de não ser um nome familiar hoje em dia, Sister Rosetta Tharpe é uma das artistas mais influentes do século XX. Sua extravagância, habilidade e carisma na guitarra elétrica desempenharam um papel vital na concepção do Rock & Roll como um gênero musical. Não é à toa que ela é considerada a “mãe do rock”. 


Tharpe começou sua carreira como uma grande musicista e cantora gospel. Depois, ela continuou a abrir seu próprio caminho na música com seu som e em sua vida pessoal: ela aumentou a distorção de sua guitarra elétrica antes de qualquer guitarrista que você possa imaginar e foi aberta sobre sua sexualidade queer em uma época extremamente conservadora. Sister Rosetta foi uma inovadora musicista ousada e uma influência descomunal nas gerações de músicos que vieram depois dela.



Mahalia Jackson


Conhecida como a “Rainha do Gospel”, Mahalia Jackson foi uma das primeiras cantoras a levar o gospel da igreja para o estúdio de gravação. Jackson nasceu em 1911 em Nova Orleans e fez suas primeiras gravações em Chicago em 1937. Ela combinava sua fé com sua poderosa voz de contralto sempre que cantava, cativando o público a cada nota. Sua gravação de “Move On Up a Little Higher”, de 1948, vendeu um milhão de cópias nos Estados Unidos.


Os encontros de Jackson com o racismo a levaram a emprestar sua voz ao movimento dos Direitos Civis já em 1956. Quando ela morreu, em 1972, centenas de músicos e políticos prestaram homenagens em dois funerais em sua homenagem. Em 1997, Mahalia Jackson foi postumamente incluída na calçada da fama.



Billie Holiday


Considerada a maior cantora de jazz do século XX, Billie Holiday foi uma das melhores artistas do gênero das décadas de 1930 a 50. Ela era conhecida por seu estilo vocal único, definido por uma intensidade dramática profundamente comovente e por uma forma distinta de utilizar dicção, fraseado e andamento. Billie usou sua voz como um instrumento musical expressivo.


A verdade é que os fãs e artistas de jazz sempre serão influenciados pela gênia do jazz Billie Holiday. Ela é uma das artistas femininas que, de fato, transformou a indústria musical.



Ella Fitzgerald


Ella Fitzgerald foi uma pioneira cantora e performista de jazz que fez contribuições significativas para as mulheres na música durante sua carreira. Ela quebrou barreiras para mulheres e pessoas negras durante sua carreira e foi uma das primeiras artistas pretas a alcançar amplo sucesso e reconhecimento na indústria musical predominantemente dominada por brancos, especialmente durante o início e meados do século 20, quando a segregação racial e a discriminação eram predominante.


Mais do que digna do título de “A Grande Dama do Jazz”, Ella também foi a primeira mulher a ganhar um Grammy em 1958, conquistando não um, mas dois dos cobiçados gramofones. Mas isso não é tudo, ela também é uma das primeiras mulheres negras a se apresentar durante o intervalo do Super Bowl (Superbowl VI em 1972).


Sua resiliência diante da adversidade, talento excepcional e dedicação ao seu trabalho abriram caminho para gerações de mulheres musicistas seguirem seus sonhos e quebrarem barreiras no mundo da música. A Dama do Jazz sempre será conhecida por sua pureza de tom, dicção impecável e habilidades de improvisação. 



Nina Simone


Nina Simone ficou conhecida como uma força poderosa que usou sua música para contribuir com o discurso anti racista e identidade na América. 


No início da carreira como musicista, Nina Simone tocava piano e cantava em bares. Ela ficou famosa no final da década de 1950 graças a uma gravação de "I Loves You, Porgy" do musical "Porgy and Bess" . Logo depois, ela se mudou para Nova York. Foi lá que ela conheceu ativistas e escritores negros que atuavam no movimento pelos direitos civis. Hoje ela é um dos principais nomes do movimento negro.


Em entrevista ao Black Journal em 1969, Simone falou sobre o que significava para ela ser artista:

“Opto por refletir os tempos e as situações em que me encontro. Isso para mim é meu dever. Minha música é dirigida especialmente ao meu povo, para torná-los mais curiosos sobre de onde vieram e sobre sua própria identidade e orgulho dessa identidade”.


Tina Turner


Falecida no ano passado, a grande Tina Turner teve uma infância tumultuada e superou desafios em sua carreira, demonstrando que as mulheres podem triunfar diante das adversidades.


As performances ao vivo de Turner são lendárias, caracterizadas por sua dança de alta energia, presença de palco cativante e vocais eletrizantes. Suas performances estabeleceram novos padrões de carisma e inspiraram gerações de artistas.


Em 1980, ela se reinventou como artista solo após deixar seu tumultuado casamento e sua antiga parceria musical com Ike Turner. A sua reinvenção mostrou a sua capacidade de se adaptar e evoluir na indústria musical em constante mudança, algo que as mulheres muitas vezes consideram difícil ou quase impossível no cenário implacável da indústria musical.


Muitas das canções de Tina Turner carregam temas fortalecedores de independência, força e resiliência, ressoando no público e servindo como hinos para mulheres que navegam em seus próprios caminhos na vida.



Aretha Franklin


Já comentada aqui neste blog, a “Rainha do Soul", Aretha Franklin tornou-se uma conquistadora de mentes durante um dos momentos mais difíceis da história negra.  Usando sua música como uma ferramenta poderosa, Franklin dedicou sua vida ao Movimento dos Direitos Civis e dos Direitos da Mulher, com suas canções 'Respect' e 'Natural Woman', que se tornaram grandes hinos dos movimentos.


Tudo o que a cantora fez tornou-se uma parte significativa dos direitos das mulheres e contribuiu para as oportunidades que lhes foram apresentadas na indústria musical. Com muitas mulheres dominando as paradas musicais atualmente, muito disso pode ser atribuído ao trabalho feito pela rainha.



Diana Ross


Diana Ross, uma das artistas femininas mais icônicas e influentes da história da música, alcançou a fama como vocalista do lendário grupo da Motown The Supremes antes de embarcar em uma carreira solo de sucesso.


Como vocalista do The Supremes, Ross alcançou um sucesso sem precedentes como um dos primeiros grupos cantores femininos afro-americanos a alcançar popularidade mainstream. The Supremes se tornou uma das bandas de maior sucesso da Motown, estabelecendo um precedente para mulheres artistas negras na indústria musical.


Seu sucesso solo como artista pop e R&B abriu caminho para outras mulheres artistas explorarem diversos estilos musicais e passarem para diferentes gêneros.



Whitney Houston


A habilidade vocal incomparável de Whitney Houston apresentava um alcance e controle que a colocaram, com certeza, como uma das maiores cantoras da história. Seu talento excepcional e técnica incomparável elevaram os padrões das vocalistas femininas, sendo inspiração em aspirantes a cantoras para alcançar a grandeza.


Não é novidade que seus incríveis dons musicais a impulsionaram a se tornar uma das artistas femininas mais vendidas de todos os tempos, uma prova de sua imensa popularidade e apelo universal. Além disso, ao quebrar barreiras e abrir caminho para outros, Houston fez história e deixou uma marca significativa na indústria musical. Ela é considerada por muitos a voz da geração e, até mesmo, da história.



Beyoncé


Você sabe que alguém é especial quando não precisa de um sobrenome para ser reconhecido. Com 32 troféus em seu nome no Grammy, Beyoncé detém o recorde de maior número de vitórias entre homens e mulheres. Esta é uma conquista única por si só, mas o que a torna ainda mais distinta é a sua influência na cultura americana. 


A cantora é uma defensora das vozes negras e centrou sua arte na cultura negra como nenhuma outra. Sua apresentação no Coachella em 2018 dominou o debate em torno do festival, tanto que muitos o chamaram de “Beychella”. Ela também foi a primeira mulher negra a ser a atração principal do Coachella - e fez valer a pena. 


Beyoncé ampliou os limites do que significa ser uma artista no século XXI. Seus vocais poderosos são apenas a ponta do iceberg quando se trata de seu talento. Sua música e performances são espetáculos poderosos, totalmente impulsionados por suas fortes visões artísticas. Sinceramente, eu poderia escrever linhas e linhas sobre ela. Diferentemente das demais artistas aqui citadas, eu pude acompanhar a maior parte da trajetória de Beyoncé enquanto ela acontecia (e acontece). É como se eu estivesse, literalmente, diante da história sendo escrita.



O poder de inspirar gerações


A verdade é que a indústria da música é um testemunho do extraordinário poder das mulheres, com figuras imponentes produzindo álbuns que quebraram recordes e mais recordes.


No entanto, esse reconhecimento foi conquistado com muito suor e lágrimas, pois a indústria já foi muito menos hospitaleira para as mulheres artistas. Por isso, todo agradecimento e admiração por essas artistas que abriram portas para uma nova geração é pouco.


Como dito antes, essas são apenas algumas artistas que influenciaram e revolucionaram a indústria musical. Com suas histórias e feitos inspiradores, muita gente foi desafiada a fazer mais e ser mais. Ser mulher é isso, não é mesmo?! Ter o poder de influenciar e inspirar gerações.


É claro também que a escolha das 10 artistas aqui citadas passou (muito) pelo meu gosto musical. Ainda caberia uma lista de honra às minhas outras artistas favoritas, como: Etta James, Lauryn Hill, Missy Elliott, Madonna, Amy Winehouse… (vou parar de citar antes que o texto tenha um milhão de caracteres).


Essas e tantas outras mulheres transformaram a música e me fizeram enxergar o mundo através de outra realidade. E isso tem um valor incalculável porque, se tem algo que eu aprendi é que, revolucionar uma só pessoa já é revolução.



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