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Três músicas de Etta James que você precisa conhecer

Atualizado: 6 de mar.



Dentro do blues, Etta James é reverenciada como uma deusa. Para mim, é uma das minhas artistas favoritas da vida e a grande voz de um estilo único de cantar sobre as alegrias e (principalmente) as tristezas do amor. A forma com que ela faz isso faz com que seja impossível não acreditar que ela viveu cada verso de suas músicas — ou que ela está sentindo exatamente aquilo que canta, exatamente no momento em que canta.


Mas Etta vai além do blues. Sua formação musical vem do jazz, mais especificamente dos discos de Billie Holiday que Etta ouvia com sua mãe quando criança. Com o passar dos anos, passou a incorporar outros elementos em suas músicas — e também a experimentar outros gêneros, como country, soul, gospel e até mesmo rock (mais uma vez, Etta andou para que Beyoncé pudesse correr).


Sem mais delongas, hoje vou indicar três músicas da artista que, se você não conhece, precisa urgentemente ouvir.


At Last


Minha música favorita da cantora e, sem dúvidas, uma das minhas favoritas da vida é “At Last”, composta por Harry Warren e Mack Gordon, lançada nos anos 60 e imortalizada na voz de Etta James. Talvez, com uma cantora normal, os versos “finalmente, meu amor chegou”, que abrem a música, trariam uma ideia apenas alegre. Na voz de Etta, essa felicidade soa carregada de um alívio que se justifica na frase seguinte: “meus dias solitários acabaram e a vida é como uma canção”. Ou seja, a letra transforma a expectativa do reencontro como ponto de partida para uma ideia mais elaborada e amarga. É como se a vida da cantora fosse horrível sem o homem que ama — e isso, com certeza, não funcionaria sem a carga de emoções que Etta coloca na música.




A Sunday Kind Of Love


Essa música, diferentemente das outras duas que deixei aqui, tem uma melodia mais compassada e alegre. A letra, no entanto, fala de um desejo por um relacionamento que seja mais profundo e duradouro do que um encontro de uma noite de sábado, simbolizando os romances que são intensos, mas breves. A referência ao 'Sunday' (domingo) sugere um anseio por um amor que seja confortável, estável e confiável, como os domingos costumam ser para muitas pessoas – um dia para relaxar, refletir e estar com quem se ama.


Etta, com sua voz poderosa e emotiva, expressa uma sensação de solidão e dificuldade de encontrar alguém que realmente esteja disposto a compartilhar não apenas os momentos alegres, mas também oferecer conforto nos dias difíceis.



I’d Rather go Blind


Vou fechar o post com um clássico atemporal. Desde o começo, quando Etta percebe que o romance acabou ao ver o homem que ama conversando com “a outra”, a letra se desenvolve de uma forma que chega a assustar de tão bem escrita (em um momento, ela confessa que só percebe que está chorando ao ver o reflexo das lágrimas no copo em que está bebendo). E o sentimento é de total entrega para o amor não correspondido: ela declara com todas as palavras que “não quer ser livre” e, como o título deixa claro, “eu prefiro ser cega a ver você partir”. É uma pedrada musical. 



A versão do estúdio é, indiscutivelmente, maravilhosa. Mas, vou deixar abaixo também o link da apresentação da artista em 1975. Eu sequer tenho palavras para definir a interpretação, a presença de palco e a qualidade vocal perfeita de Etta James. Essa live é uma preciosidade. Apenas desfrute.




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