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O álbum de estreia do verdadeiro rei brasileiro: Tim Maia 1970



Vamos lá! Eu poderia falar de qualquer álbum de Tim Maia, pois não há um sequer que seja ruim. O cara é simplesmente um dos melhores artistas de todos os tempos e, com certeza, o verdadeiro rei da música brasileira.


Estava ouvindo algumas de suas músicas esta semana e pensei "preciso falar sobre isso", apesar de esperar que todo mundo conheça seus grandes sucessos (amém!). Então, para começar do início, a escolha de hoje é justamente o álbum de estreia do cantor e compositor.



"Tim Maia 1970" foi lançado em junho de 1970 pela gravadora CBD-Philips e teve uma grande aprovação do público, ultrapassando 200 mil cópias e rendendo um disco de ouro a Tim Maia. O LP também foi eleito em uma lista da revista Rolling Stone Brasil como o 25º melhor disco brasileiro de todos os tempos.


Depois de pesquisar mais sobre a carreira do artista, pude perceber que, em alguns depoimentos, Roberto Carlos afirmava ser responsável pela estreia de Tim Maia no mercado fonográfico. Bem, sabemos que não passa de uma mentira descarada do "rei", pois em 1970, a convite de Nelson Mota, Tim participou da gravação de uma canção de sua autoria, "These are the songs", no disco "Em Pleno Verão" de Elis Regina, fazendo um dueto vocal incrível. A verdade é que eu gosto das músicas e composições de Roberto Carlos (até demais), mas... rei? Com Tim Maia existindo em nossa história?


Enfim, foi nesse mesmo ano que ele lançou seu primeiro disco, do qual irei falar agora. Vale lembrar que antes disso, Tim já tinha três compactos gravados, que são basicamente discos com cerca de 3 minutos de gravação em cada verso, contendo apenas uma música de cada lado.


"Tim Maia 1970" é simplesmente genial, sem exageros. Nele, há uma fusão do soul e do baião, o que torna a mistura completamente interessante. Isso pode ser percebido logo na primeira faixa, "Coroné Antônio Bento", que apresenta o baião-groove-soul pesado, contando a história de um casamento típico da roça.


O álbum segue cada vez mais interessante e bonito. A segunda faixa é uma balada de Tim em parceria com Carlos Imperial, que fala sobre uma paixão e a falta de "Cristina". Em seguida, temos uma canção em inglês, com uma pegada soul, acompanhada por um naipe de metais afiados e um coro tipo gospel norte-americano - algo que eu, particularmente, amo muito. "Jurema" é a faixa mais dançante do álbum.


A próxima faixa trata-se de uma bela composição de Tim Maia e Cassiano, onde é contada de forma resumida a história do "Padre Cícero". Curiosamente, descobri recentemente que existe uma versão com letras alternativas que foi gravada na trilha da novela "Irmãos Coragem". Nessa versão, a canção passou a se chamar "João Coragem", que é um dos protagonistas da trama. 



No lado B, eu destaco três músicas que, sem dúvida, são as mais poéticas e emocionantes de todo o álbum. "Primavera" é uma obra-prima com um lindo coral, metais e cordas completando a orquestra. "Eu Amo Você" é uma canção que não se pode explicar, apenas sentir. E "Azul da Cor do Mar", que, na minha opinião, é uma das melhores músicas de todos os tempos! A melancolia que Tim Maia expressa na letra dessa canção a torna uma verdadeira obra de arte. Arranjos simples e precisos completam a beleza melancólica da música. Simplesmente perfeita.


Por fim, eu poderia fazer uma análise faixa por faixa desse álbum, mas vou deixar que vocês escutem o disco completo e tirem suas próprias conclusões sobre essa preciosidade que é "Tim Maia 1970". Apesar das inúmeras polêmicas, ele não deixa de ser o melhor que já existiu na história da música brasileira, por tudo o que implantou e representou.


E por hoje é só! Para aqueles que estavam dizendo (meus amigos) que eu não postava sobre artistas masculinos e música brasileira, aqui está! Dois em um. Tamojunto!



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